Mario Vargas Llosa ⋅ A Civilização do Espectáculo (2012)

© Odilon Redon 'Flowers in a Black Vase'

O desaparecimento do privado, o facto de ninguém respeitar a intimidade alheia, ela ter-se convertido numa paródia que exercita o interesse geral e haver uma indústria informativa que alimenta sem tréguas e sem limites esse voyeurismo universal, é uma manifestação barbárie. Pois com o desaparecimento do domínio privado muitas das melhores criações e funções do humano deterioram-se e aviltam-se, começando por tudo aquilo que está subordinado ao cuidado de certas formas, como o erotismo, o amor, a amizade, o pudor, as maneiras, a criação artística, o sagrado e a moral.

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