Maria Teresa Horta ⋅ Ema (1984)


© Amedeo Modigliani 'Retrato de Jeanne Hébuterne'



"Procurava-me quando eu estava sozinha, a fazer-me companhia. Era uma voz de inquietação a minha voz, mas igualmente de paz porque apesar de tudo me aquietava.
Às vezes as vozes mandam o aniquilamento outras vezes a guerra. Joana d'Arc ouvia as suas vozes, vestiu uma armadura branca e foi conquistar o poder de hoje ainda existir entre nós. Dora foi durante muito tempo a voz para Freud; porque muitas vezes também as mulheres são as vozes dos homens. De visitarem os homens.
Não deve estranhar que eu lhe diga preferir as vozes do mal às da consciência e às do bem, mas não são dessas vezes que eu falo, sabe. Eu falo das vozes.
As vozes.

A voz."



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