Vergílio Ferreira ⋅ Em nome da terra [1990]


© Daniela Melo, Sintra-Cascais (2017)

"Caminhámos à deriva por caminhos desertos na exploração do nosso reino. Porque a terra é toda de quem se ama, querida, e nós amávamo-nos tanto. 
(...) Era a alegria, a vida inteira ali. Inteira perfeita, mas não eras só tu. O teu corpo não era só tu. Havia nele o mar e a areia e tudo o que convergia para a tua vitalidade a transbordar. Porque um corpo perfeito, querida, precisa de muito espaço à volta para irradiar a sua perfeição. (...) Havia uma ligação de ti com as coisas, com as coisas mais distantes, para se cumprir a tua divindade. Havia um pacto de ti com o que existe, que é o que se vê e o que se não vê disso que se vê. "


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